Você já ouviu falar em endometriose intestinal? Essa doença, classificada como uma questão de saúde pública pela OMS (Organização Mundial da Saúde), é muito séria e acomete 1 a cada 10 mulheres em idade fértil.
Cólicas menstruais muito fortes, alterações gastrointestinais e dificuldade para engravidar são alguns sintomas que parecem normais, mas podem ser indicativos de que a paciente apresente a condição.
Vamos entender melhor sobre a endometriose intestinal neste artigo? Continue a leitura!
Endometriose intestinal: o que é?
Você já deve ter ouvido falar no endométrio, o tecido que reveste internamente o útero e que, quando não ocorre a fecundação, descama e gera o fluxo da menstruação. Já quando existe fecundação, ele é o principal responsável por nutrir o embrião nos primeiros dias de vida.
Esse tecido do endométrio pode se acumular em outras partes do corpo e desencadear uma doença conhecida como endometriose – hoje, vamos falar sobre o intestino.
Dessa forma, podemos dizer que a endometriose intestinal ocorre quando células do endométrio se multiplicam no intestino. E embora as causas para que isto ocorra ainda sejam pouco bem definidas, umas das primeiras teorias descritas foi a da menstruação retrógrada, descrita por Dr. Sampson, em 1921, que representa uma das principais e mais aceitas teorias para explicar a origem da endometriose.
Sugere a presença de fluxo menstrual retrógrado através das tubas uterinas e o implante e adesão destes fragmentos de endométrio no peritônio (tecido de revestimento externo dos órgãos).
A teoria da Menstruação Retrógrada é a mais aceita para explicar os focos de endometriose no peritônio, embora não esclareça os focos de endometriose à distância, como em cicatriz cirúrgica, pulmão ou cérebro.
Outro fato curioso é que, apesar da menstruação retrógrada ser observada em até 90% das mulheres, nem todas desenvolvem a doença.
Portanto, reforço que as causas da endometriose ainda não são, claramente, conhecidas e isso se estende para a endometriose intestinal.
Apesar disso, é importante saber mais sobre a condição, afinal, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 7 milhões de mulheres já foram diagnosticadas com essa doença inflamatória crônica no Brasil.
Conheça os principais sintomas
Os principais sintomas que podem indicar a presença da endometriose intestinal são:
- Cólicas menstruais intensas;
- Dores no abdome;
- Dores durante as relações sexuais;
- Constipação;
- Dificuldade para evacuar no período menstrual;
- Diarreia persistente no período menstrual;
- Náusea e vômito;
- Dificuldade para engravidar;
- Fluxo anormal da menstruação.
Como você deve ter percebido, alguns sintomas podem ser associados com as alterações corporais e hormonais que ocorrem durante o período menstrual. Por isso, pode ser um pouco difícil o diagnóstico – mas não impossível.
Como é feito o diagnóstico da endometriose intestinal?
Para um diagnóstico correto, é importante fazer uma análise do histórico clínico da paciente. Além disso, a realização de exames voltados para descobrir a causa dos sintomas e queixas do paciente é imprescindível.
Alguns exames de imagem podem ser solicitados pelo seu médico, como a ressonância magnética da pelve e a ultrassonografia transvaginal, ambos com um preparo adequado do intestino.
As imagens obtidas podem ajudar a descartar outras doenças que afetam o intestino e apresentam sintomas parecidos, como apendicite, doença de Crohn e diverticulite.
Existem, também, outras opções de exames que auxiliam no diagnóstico correto da endometriose intestinal, como a laparoscopia, a ultrassonografia endoanal, cistoscopia e a colonoscopia. Entretanto, esses são destinados para casos mais específicos e quem irá definir a necessidade ou não deles é o médico especialista.
De acordo com Marcos Tcherniakovsky, diretor de comunicação da SBE (Sociedade Brasileira de Endometriose), o tempo médio de aparecimento dos primeiros sinais da endometriose até que ela seja diagnosticada por um especialista é de sete a oito anos – tempo necessário para a doença evoluir e os sintomas piorarem progressivamente.
Endometriose intestinal tem tratamento?
Sim, mas depende de cada caso. O especialista deve levar em consideração vários aspectos, como qual o local do intestino comprometido pela endometriose, qual a gravidade das lesões e possíveis complicações do quadro para optar pelo melhor tratamento.
O tratamento pode ser feito de formas variadas, algumas delas são:
- Medicamentos
Tratamento com medicamentos, como analgésicos e anti-inflamatórios para aliviar dores e também por métodos hormonais, como anticoncepcionais, que ajudam na regressão da atividade do endométrio.
- Cirurgia
Outro tratamento é por meio da realização da cirurgia, que realiza pequenas raspagens, incisões ou retirada da parte acometida do intestino, com o objetivo de preservar o máximo de tecidos saudáveis, Lembrando que as cirurgias minimamente invasivas, através da videolaparoscopia ou cirurgia robótica, são, certamente, as recomendadas para a realização do procedimento cirúrgico necessário.
Em alguns casos, como para a endometriose que acomete o intestino delgado, o mais indicado é o tratamento cirúrgico.
Já quando afeta o intestino grosso (cólon e reto), o procedimento cirúrgico vai depender da idade, intensidade dos sintomas, efetividade da realização anterior do uso de medicamentos e alguns outros aspectos de pacientes, lembrando que o mais importante é a busca da qualidade de vida.
Por fim, o tratamento também consiste na manutenção do bem-estar e da saúde mental de pacientes e na realização de exames de rotina para confirmar qual o status da doença e se, após cirurgia ou outro método, a doença voltou.
Deixe seus exames de check-up em dia!
A principal especialidade que pode te ajudar com a endometriose intestinal é a coloproctologia. Caso apresente os sintomas citados, é essencial consultar um especialista para confirmar ou descartar o diagnóstico.
Quanto mais cedo for confirmada a doença, mais rápido o tratamento é iniciado e maior é a preservação do seu intestino. Conte comigo para te auxiliar nesse processo!
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