O câncer de intestino, também conhecido como câncer colorretal, é a doença em que a presença de tumores afeta a parte do intestino grosso, compreendida pelos cólons e reto.
É uma doença que acomete muitos brasileiros: de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), mais de 41 mil novos casos de câncer de intestino são diagnosticados por ano.
Por isso, é comum que surjam algumas dúvidas sobre a condição e, neste artigo, eu te explico melhor o que é mito ou verdade sobre o câncer de intestino. Vamos testar seus conhecimentos? Boa leitura!
O câncer de intestino é uma doença que se dissemina rapidamente
Mito. O câncer de intestino se desenvolve de maneira lenta.
Em estágios iniciais, a doença começa por pequenos pólipos, que são lesões benignas que crescem na parede do intestino. Assim, a longo prazo, esses pólipos se desenvolvem, aumentando o número de células defeituosas que degeneram para células cancerígenas e tornam-se câncer.
Dessa forma, na maioria dos casos, as fases iniciais da doença podem ser assintomáticas, o que faz com que pacientes não realizem exames preventivos, e procurando pelo médico coloproctologista apenas quando existem queixas de sinais e sintomas, ou seja, quando a doença já está avançada.
Daí, mostra-se a importância de realizar exames preventivos, como você verá a seguir.
A colonoscopia é o exame capaz de detectar o câncer de intestino
Verdade. A colonoscopia é um exame indolor, realizado por cerca de 15 minutos, que pode tanto diagnosticar quanto prevenir o câncer de intestino.
Durante o procedimento, o paciente é sedado e permanece deitado, confortavelmente, de lado. Dessa forma, o coloproctologista irá introduzir, pelo reto, um aparelho chamado colonoscópio, que apresenta uma câmera na ponta, e permitirá que seja visualizada a mucosa intestinal dos segmentos avaliados. Por isto, é tão importante a realização de um preparo intestinal adequado, para que toda a mucosa dos cólons e reto sejam avaliadas corretamente.
Dessa forma, o médico pode observar as estruturas internas do paciente por meio de um monitor e avaliar o intestino grosso. Geralmente, quando se nota a presença dos pólipos, eles já são removidos durante o procedimento, processo chamado de polipectomia.
É por isso que o exame de colonoscopia é tão importante para o paciente: pois, além de diagnosticar na fase inicial da doença, também já faz a remoção dos pólipos que podem levar a um câncer.
Os sintomas do câncer de intestino podem ser confundidos com os de outras doenças
Verdade. Sintomas do câncer de intestino podem ser, também, referentes a outras doenças, como hemorróidas, verminoses, úlcera gástrica, síndrome do intestino irritável, doença inflamatória intestinal, diverticulite e outros. Por isso, é essencial, na presença de algum deles, se consultar, o quanto antes, com o coloproctologista.
Entre os sinais e sintomas comuns entre essas condições, está a presença de sangue nas fezes, dores e desconfortos abdominais, alterações do hábito intestinal como prisão de ventre ou diarréia, alteração na forma das fezes e fadiga.
O câncer de intestino atinge mais homens do que mulheres
Mito. Ainda de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de intestino é o segundo câncer mais comum no Brasil, afetando mais mulheres do que homens – dados mostram 17.380 casos em homens e 18.980 em mulheres.
Hoje, esse tipo de câncer é considerado o segundo mais frequente entre as mulheres, ficando atrás apenas do câncer de mama, e sendo que o câncer de cólo de útero é o quarto colocado em incidência nas mulheres.
Não preciso realizar a colonoscopia anualmente
Verdade – mas depende. O exame de colonoscopia pode fazer parte da sua lista de exames anuais, caso tenha o diagnóstico de câncer de intestino há < de 5 anos, sendo assim considerado um exame para seguimento oncológico anual.
Entretanto, a recomendação médica é que todas as pessoas acima de 45 anos devem realizar a colonoscopia preventiva a cada, pelo menos, 5 anos. Isso porque é a partir dessa idade a incidência deste tipo de câncer aumenta, devido à várias questões metabólicas que o organismo passa ao envelhecer. Nos casos em que pólipos são retirados, o intervalo até a próxima colonoscopia preventiva será reduzido, e deve ser realizado em no máximo 3 anos.
É preciso tomar ainda mais cuidado se o paciente tiver histórico familiar
Verdade. Pacientes com histórico familiar de pólipos colorretais e câncer de intestino podem ter mais chances de desenvolver a doença.
Cerca de 10% da população adulta tem, pelo menos, um familiar de primeiro grau afetado pela doença. Dessa forma, avaliar o histórico e deixar os exames preventivos em dia com o coloproctologista é essencial.
Existem vários outros fatores de risco que também aumentam a chance do paciente desenvolver a condição, como sedentarismo, peso acima do ideal, alimentação pobre em fibras e nutrientes, tabagismo, uso excessivo de álcool, ser portador de doenças inflamatórias do intestino e/ou de doenças hereditárias.
Tenho câncer de intestino, então terei que usar uma bolsa de colostomia
Mito. Felizmente, hoje em dia as técnicas cirúrgicas e opções de tratamento da coloproctologia são mais avançadas e a necessidade de bolsas de colostomia não é mais tão comum.
Geralmente, quando são consideradas necessárias, o paciente usa a bolsa de maneira temporária ao invés do uso por toda a vida, sendo que as condições em que serão utilizadas, permanentemente, são restritas a condições especiais, como por exemplo amputação de reto, complicações cirúrgicas e tumor com mal prognóstico.
E aí, ainda tem alguma dúvida sobre o câncer de intestino? Agende sua consulta comigo para que eu possa te ajudar. Será um prazer!