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Endometriose intestinal: precisa mesmo de cirurgia?

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Endometriose intestinal

Neste artigo, vou abordar sobre a endometriose intestinal, os sintomas, qual médico procurar, exames diagnósticos e as opções de tratamento.

Muitas pessoas acreditam que endometriose, até pelo nome, se limita a afetar apenas a parede do útero, enquanto na verdade vários órgãos podem ser acometidos pela ‘invasão’ deste tecido, e por isto, em alguns casos, pode ser necessário a cirurgia.

Na continuidade da leitura, descubra quando procurar um coloproctologista e quando a intervenção cirúrgica se faz, realmente, necessária.

O que é a endometriose intestinal?

A endometriose é uma doença crônica muito desconhecida entre as mulheres, mesmo afetando cerca de 10% da população feminina em idade fértil. Pode não parecer muito, percentualmente, mas em valores absolutos estima-se que haja 9 milhões de mulheres com esta enfermidade, sendo que várias não estão cientes disso.

A endometriose, em termos gerais, ocorre quando o tecido do endométrio começa a se desenvolver para além da cavidade do útero, podendo atingir órgãos vizinhos como ovários (mais comum), apêndice e até mesmo o intestino.

Ela pode ser inofensiva ou, em muitos casos, causar desde cólicas menstruais intensas até a obstrução das trompas, intestino e vias urinárias, o que pode trazer complicações ao quadro geral da saúde da paciente, bem como condições incapacitantes e com má qualidade de vida.

Porém, muitas pessoas desconhecem o fato de que a endometriose pode se desenvolver no intestino, a chamada endometriose intestinal, ainda conhecida como endometriose dos órgãos digestivos.

Ao contrário do que se poderia pensar, essas ocorrências não são tão raras assim, isto é, das mulheres com endometriose profunda – quando os focos se infiltraram mais de 5 milímetros na parede do órgão acometido -, é estimado que até 30% delas apresentem focos no intestino grosso.

Sintomas e diagnóstico da doença

Os sintomas podem ser diversos e surgir logo na adolescência, sendo que os mais comuns são a cólica menstrual intensa e dores na região pélvica.

Justamente por não ser um assunto muito conhecido entre as mulheres e, infelizmente, entre alguns médicos, muitas mulheres sofrem por anos com sintomas da endometriose, sem o devido diagnóstico e tratamento especializado.

Intestino preso, dor ao evacuar, diarréia e modificação do aspecto das fezes são as queixas mais comuns da endometriose intestinal, durante o período pré-menstrual e mesmo nos dias da menstruação.

Mas atente-se também para dores na hora da relação sexual, sangramento nas fezes, tenesmo (sensação de evacuação incompleta), dores pélvicas e retais.

Há uma crença de que é ‘normal’ sentir dor ou dificuldades ao evacuar no período menstrual, mas isso afasta muitas mulheres de se consultar com um profissional especializado, por isto, recomendo que se encoraje pela busca da melhora da qualidade de vida e investigue os sintomas com um especialista no assunto, pois o tratamento precoce faz toda a diferença.

Para algumas pacientes, a avaliação ginecológica pode não ser o suficiente, deste modo, sendo necessário complementar a investigação com exames de imagem, além da avaliação de um coloproctologista.

Os exames mais indicados são: a ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal e a ressonância magnética.

A terceira opção seria a videolaparoscopia diagnóstica, indicada quando os anteriores não foram bem claros, e ainda há suspeita da doença, principalmente, se os sintomas persistem, mesmo com o tratamento clínico.

Da mesma forma como acontece no caso de outras doenças, quanto mais cedo a paciente iniciar o tratamento clínico, melhor e portanto, menores as probabilidades de precisar passar por cirurgia no futuro.

Quando fazer cirurgia de endometriose intestinal?

Em decorrência desse atraso no diagnóstico, pode surgir a necessidade de intervenção cirúrgica, para melhorar a qualidade de vida, eliminando as dores e até mesmo a possibilidade de aumentar as chances de fertilidade da paciente.

Nos casos em que as endomulheres apresentam lesões que não causam sintomas ou os sintomas são controlados através do tratamento clínico, não há a necessidade da realização de cirurgias.

Entretanto, a cirurgia pode ser indicada nos casos em que já há sinais ou sintomas intestinais, prejuízo da qualidade de vida da paciente em decorrência da dor intensa, e, principalmente, quando for detectada endometriose em apêndice e intestino delgado. Lembrando que o grande objetivo do tratamento cirúrgico é reestabelecer a qualidade de vida da endomulher e evitar complicações maiores pela doença avançada, além disto, deve ser realizado por equipes multidisciplinares com ginecologista e coloproctologista, principalmente.

Nos quadros de lesões profundas intestinais, ou até mesmo onde houve a obstrução intestinal, é possível fazer ressecções intestinais com suturas entre dois segmentos residuais para a reconstrução do trânsito intestinal (anastomose) com uso de grampeadores mecânicos por acesso videolaparoscópico ou robótico, para ser menos invasivo à paciente, oferecendo recuperação mais rápida e reduzindo as taxas de hemorragias durante a cirurgia (muito comuns nas cirurgias abertas). 

Outro dado importante é que na grande maioria dos casos não há a necessidade do uso da “bolsinha de ostomia”, quando realizada a cirurgia por equipes especializadas e treinadas no assunto. Em alguns casos, pode ser realizada uma ressecção discóide, que seria uma retirada de um pequeno segmento intestinal através de um grampeador circular introduzido pelo reto. Entretanto, isto só é possível em casos de lesões profundas com até 3 cm de extensão e acometendo < de 30% da circunferência intestinal.

Uma técnica de retirada do espécime cirúrgico (peça cirúrgica ressecada) através de orifícios naturais como a vagina (N.O.S.E. – natural orifice specimen extraction) pode ser realizada para melhorar o efeito estético (não precisa fazer uma incisão na parede abdominal para retirada da peça cirúrgica), melhor recuperação e menores riscos de infecção e hérnias de parede abdominal, porém é realizada apenas por um grupo restrito de cirurgiões.

Já quando as lesões são superficiais, os focos da endometriose são removidos da parede do intestino em uma técnica de raspagem (“shaving”), sem necessidade de fazer uma ressecção intestinal.

Conclusão

É importante destacar que o procedimento cirúrgico não cura a doença, portanto, a endomulher deverá manter o tratamento clínico após a intervenção cirúrgica.

A raspagem dos focos ou remoção das lesões da endometriose intestinal combatem os sintomas e atrasam a progressão da doença, e mesmo no caso da remoção, o efeito não é curativo e nem permanente, mas busca prevenir complicações mais graves, além da busca pela melhora da qualidade de vida e alívio para a endomulher.

O tratamento cirúrgico deve ser feito por equipes especializadas e treinadas no tratamento de endometrioses profundas, bem como através de cirurgias minimamente invasivas, ou seja, por videolaparoscopia ou cirurgia robótica, sempre que possível.

E o mais importante: “Cólica menstrual intensa não é frescura!”. Portanto, caso apresente sintomas procure um especialista em endometriose. 

Ficou alguma dúvida? Entre em contato comigo através das minhas redes sociais e vamos, juntos, procurar o melhor tratamento!

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