Cuidados que uma pessoa ostomizada precisa ter

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Pessoa ostomizada

Abordaremos, agora, as principais dúvidas que pessoas que passaram, ou que passarão, por um procedimento de ostomia têm.

Frequentemente, o tema da necessidade do procedimento e o uso de bolsas ou de sondas causam desconforto nos pacientes, pois os mitos sobre a convivência com ostomias reforçam o estigma social associado a isso e ao temor dessas pessoas.

No intuito de desmistificar a condição é que elaboramos o artigo a seguir, então, continue conosco.

Definição, causas e tipos

A pessoa ostomizada é aquela que passou por uma estomia ou ostomia, ou seja, a construção cirúrgica de um caminho de comunicação de um órgão interno com o meio externo para auxiliar ou tornar possível a respiração, a alimentação ou a eliminação de urina ou fezes.

A ostomia pode ser temporária, como quando o problema que levou à sua necessidade é sanado. Já a permanente, ocorre, geralmente, após  procedimentos irreversíveis, em especial no intestino grosso (colostomia).

Das causas mais comuns, seja de forma programada ou emergencial do procedimento, listamos:

  • As neoplasias (câncer);
  • Trauma (quebra, corte ou perfuração por acidente ou arma);
  • Doença inflamatória intestinal (DII), como doença de Crohn;
  • Obstrução intestinal e/ou infecções;
  • Incontinência fecal.

Os tipos variam conforme o órgão envolvido e objetivo:

  • Urostomia – uréter e urinar;
  • Gastrostomia – estômago e alimentação;
  • Traqueostomia – traqueia e respiração;
  • Ileostomia – intestino delgado e evacuação ;
  • Colostomia – cólon e evacuação.

Os cuidados da pessoa ostomizada

Esta condição traz ao paciente várias dúvidas e temores, quanto aos vários aspectos de sua vida dali em diante.

No período pré-operatório, são avaliadas tanto as questões físicas quanto as psicossociais, permitindo ao paciente ostomizado trabalhar seu enfrentamento, pois a adaptação é um processo longo e influenciado pela doença de base, grau de incapacidade, valores e personalidade do indivíduo.

É comum que os pacientes tenham sua perspectiva de vida afetada pela mudança da sua imagem corporal, e mudanças nos padrões de excreção, alimentação e de higiene, inclusive tendo abalada a sua autoestima.

Após a alta, o paciente deverá receber assistência ambulatorial, garantindo a estabilidade da estomia e o completo processo de reabilitação, visando maior autonomia do paciente em cuidar da própria saúde, salvo casos especiais onde seja imprescindível um cuidador: bebês, crianças, idosos e certos casos de pessoas com deficiência.

A bolsa

O dispositivo para o caso da colostomia consiste em uma placa e uma bolsa, sendo que a placa vai aderir à parede abdominal com adesivo, enquanto a bolsa fica acoplada à placa, para receber as fezes e no caso dessas bolsas intestinais, a troca requer um pouco mais de atenção. 

Lembrando que cada perfil corporal exige um dispositivo específico para que a adaptação e convivência com a bolsa seja o mais natural possível. Reforçando a isto, o dado de que 9 em cada 10 ostomizados sentem medo do vazamento da sua bolsa, nos alertam sobre a necessidade do desenvolvimento de novos equipamentos, treinamentos dos usuários e enfermeiros, políticas governamentais que possibilitem o acesso aos dispositivos necessários e conscientização de toda a população sobre esta condição especial.

As bolsas drenáveis possuem um fecho na parte inferior por onde pode ser esvaziada, já as não drenáveis devem ser descartadas toda vez que se enchem.

A troca deve ocorrer, preferencialmente, em jejum, pois nesta situação os movimentos intestinais estão reduzidos e, assim, com menor chance de débito pela ostomia, facilitando o seu manejo e higienização. Após a limpeza, a pele ao redor do estoma deverá ser seca com um tecido macio, podendo ou não retirar o coletor para o banho. Além disto, atualmente, existem diversos adjuvantes que auxiliam tanto na retirada do adesivo da placa quanto numa barreira de proteção da pele, o que promove uma maior saúde da pele periestomal, aumentando assim o índice de aceitação desta condição.

A posição de limpeza da bolsa, orientada pelos enfermeiros estomaterapeutas (especialistas em estomia), é “sentado ao lado do vaso sanitário”, mas de pé ou agachado frente ao vaso também são opções. Atualmente, existem vasos sanitários apropriados para os ostomizados, o que facilita a higienização, autocuidado e dignidade dos usuários.

Restrições alimentares

A maioria dos pacientes não têm restrições alimentares após a recuperação cirúrgica, contudo, a pessoa ostomizada deve estar atenta às reações do organismo, pois alguns alimentos poderão causar desconforto, aumento dos gases, do odor do conteúdo nas bolsinhas e quantidade das fezes. Deste modo, o suporte com uma nutricionista no pré-operatório, sempre é de grande valia.

Limitações físicas e sociais

Todas as atividades físicas e recreativas poderão ser retomadas após a recuperação da cirurgia.

Celebridades e até atletas profissionais têm ostomias que não impedem suas atividades.

A pessoa ostomizada não precisa se preocupar em ser notada na condição, pois os dispositivos são, facilmente, escondidos pela maioria das roupas.

Já quanto às atividades sexuais, a maioria dos usuários consegue retornar suas práticas. Sendo que alguns truques podem ser utilizados para tornar o evento mais prazeroso e menos constrangedor, como o uso de bolsas especiais (opacas, perfil baixo e com filtro) ou dispositivos específicos (obturadores)…sem deixar de libertar a imaginação para o uso de acessórios sensuais, como por exemplo os corpetes ou espartilhos!

O problema que por vezes ocorre é o temor de que o parceiro não as ache atraentes devido à bolsa, mas com tempo e acompanhamentos adequados, essa mudança na imagem corporal pode ser superada.

Cuidados psicológicos

A ostomia permanente, em especial, contribui para o surgimento ou agravamento de transtornos depressivos, ansiosos, de humor e fobia social.

Portanto, é necessário o acompanhamento psicológico de longo prazo, embora seja pouco falado, é um dos cuidados essenciais para o controle da ansiedade e inibição de quadros depressivos, aumentando a aceitação e autoconfiança da pessoa ostomizada.

Gostou do conteúdo? Espero ter ajudado a esclarecer mais sobre a condição de ostomia e peço que compartilhe com quem precisa ler e se informar a respeito.

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