Negligenciado por muitos, o cisto pilonidal é uma patologia simples mas que pode causar sérias complicações se não for dada a devida atenção.
Trata-se de um cisto no cóccix, parecido com um furúnculo, onde dentro dele há um emaranhado de pelos que não tiveram espaço para crescer devido à proximidade de peles de uma nádega para outra, além de outras substâncias como pus e tecidos celulares.
Se não tratado, o cisto evolui causando inflamação e infecção na região.
Tire suas dúvidas sobre esse assunto e saiba como proceder em casos assim.
Como o paciente descobre o cisto pilonidal?
Nos primeiros dias o paciente sente dor em forma de pontadas e tem bastante incômodo na hora de se sentar.
O problema é que, na maioria dos casos, o paciente acredita ser um furúnculo, e que irá se curar com o passar dos dias, o que é um grande equívoco.
A evolução do quadro do cisto pilonidal
Em até uma semana de evolução o paciente costuma apresentar prostração, isto é, fica mais hipoativo pelos desconfortos, e tem dificuldade para andar e sentar, justamente, pela dor que se estende a partir do cóccix.
Pacientes relatam que a dor do cisto pilonidal se parece com a dor de cair de bunda no chão, porém ela não cessa, pois o processo inflamatório/infeccioso progride a cada dia, caso não tratado adequadamente.
É justamente por isso que quadros de cisto pilonidal inflamado devem ser tratados com urgência.
Com o passar do tempo, as complicações só aumentam, podendo gerar quadros infecciosos generalizados, necrose de tecidos na região, acometimento da coluna vertebral e até a morte.
É possível tratar o cisto pilonidal de forma caseira?
Aqui vai um grande alerta: jamais insira agulhas ou tente espremer o cisto!
Mesmo que se arrume um jeitinho para isso, a contraindicação está no fato de que com a utilização de materiais não estéreis pode ocorrer um agravamento da infecção por contaminação. Além disso, espremer pode desencadear ainda mais processo inflamatório pelo trauma excessivo que isto gera, agravando o quadro.
Por isto, não espere que o cisto se cure sozinho! Busque ajuda médica o quanto antes!
Chegando ao médico: qual é o tratamento prescrito?
Após anamnese e análise do cisto, o médico faz a indicação de antibióticos específicos para a desinfecção do conteúdo do cisto.
Os antibióticos mais comuns prescritos são ciprofloxacino (1g/dia) e metronidazol (1,2g/dia) pelo período mínimo de 1 semana. A clindamicina (1,2g/dia) pode ser indicada como alternativa ao metronidazol.
Logo após concluído o diagnóstico de cisto pilonidal inflamado, o paciente é encaminhado para o procedimento de retirada do pus, a drenagem cirúrgica.
A drenagem do líquido é realizada sob anestesia local, raquianestesia ou até mesmo anestesia geral, e com uma pequena incisão em formato de cruz, feita com bisturi, a secreção é drenada e concluída a limpeza da cavidade.
Ressecção: mesmo após a drenagem ela é necessária?
No tratamento do cisto pilonidal é necessária as duas coisas. Aliás, as três!
O paciente começa com o uso de antibióticos para matar as bactérias resultantes da infecção.
A drenagem é tida como uma medida paliativa, para cessar a dor do paciente, evitar a progressão do processo infeccioso/inflamatório e trazer alívio até que a cirurgia definitiva seja marcada.
Já a cirurgia de ressecção é sim necessária em qualquer caso de cisto pilonidal.
Isso porque o intuito é evitar as recidivas, que costumam ser frequentes, pois o cisto ainda permanece lá.
Na ressecção, a pele do local afetado é aberta e todo o conteúdo do cisto é extraído. Além disto, novas abordagens cirúrgicas minimamente invasivas (Laser, EPSiT e LEPSiT) têm sido utilizadas com o intuito promover uma melhor e mais rápida recuperação pós-operatória, menor cicatriz cirúrgica e menor necessidade de curativos especiais.
Podem ser feitos diferentes diagnósticos?
A hidradenite supurativa pode ser confundida com o cisto pilonidal, pois ela também pode surgir na região sacrococcígea, o famoso ‘cofrinho’.
Por isso, a avaliação deve, sempre, ser feita por um especialista, o médico coloproctologista.
Cuidados preventivos
Andar de bicicleta, a cavalo e de jipes pode influenciar no surgimento do cisto pilonidal, já que são atividades em que aumentam as possibilidades de que traumas acometam a região sacrococcígea, os fatores culminantes na predisposição da doença.
Além do mais, recomenda-se a depilação do local para que não haja a penetração de um folículo piloso na região subcutânea.
Por fim, evite ficar sentado por longas horas e prefira o uso de roupas íntimas confortáveis e feitas de algodão.
Agende agora sua consulta e mantenha a saúde em dia. Até o próximo artigo!