Cirurgia Oncológica dos Cólons, Reto e Ânus

O câncer de intestino já é o 2º tipo de câncer mais incidente no Brasil, em ambos os sexos, ficando atrás apenas do câncer de mama (nas mulheres) e do câncer de próstata (nos homens). Apresenta-se como principais fatores de riscos os fatores externos (80-90% dos casos), relacionados a alimentação (pouca ingestão de fibras, ingestão excessiva de carnes vermelhas, alimentos processados, embutidos e gordurosos), hábitos de vida (sedentarismo), ingesta de bebidas alcoólicas e tabagismo. E apenas relacionado a história familiar em 10-20% dos casos!
A grande maioria (90% dos casos) ocorrem em paciente com mais de 50 anos de idade, entretanto, ano após ano, o número de pacientes jovens (com menos de 50, 40, 30…anos) diagnosticados com câncer de intestino vem aumentando no Brasil, e no mundo.
Os principais sinais e sintomas são anemia de causa indeterminada, perda de peso importante, alteração do hábito intestinal, dores e/ou distensões abdominais, massas abdominais palpáveis e sangramentos retais.
Lembrando de que em mais de 70% dos casos apresentam-se de forma assintomática (sem sintomas) ou cursam com complicações agudas (obstrução intestinal, hemorragia digestiva ou perfuração intestinal), no momento do diagnóstico.
O principal método diagnóstico é a videocolonoscopia, através da qual, inclusive, é possível realizar o tratamento de tumores precoces. Trata-se de um exame realizado sob sedação (o paciente “dorme” e não vê, sente dor ou fica constrangido, durante a realização do exame), seguro (quando realizado por especialista, com bons equipamentos, em serviços adequados e com preparo satisfatório dos cólons), rápido (o exame dura em média 10-15 minutos) e eficaz (a polipectomia é capaz de tratar tumores precoces ou retirar suas “sementinhas” – os pólipos).
O tratamento, de modo geral, consiste na ressecção cirúrgica, que pode ser realizada através de cirurgia aberta ou por cirurgia minimamente invasiva (videolaparoscopia/”cirurgia por Laser” ou cirurgia robótica), sendo que nesta última abordagem, a recuperação pós operatória é mais rápida, com menor dor, menor risco de infecção de ferida operatória, alimentação precoce, menor risco de hérnias e retorno precoce das atividades habituais.
A quimioterapia e radioterapia apresentam sua aplicabilidade no tratamento dos tumores de cólons e de reto, e podem ser realizadas antes ou depois da intervenção cirúrgica, de acordo com suas indicações específicas. Um grande temor dos pacientes é o uso da tão famosa “bolsinha de ostomia”, entretanto, nem sempre é necessária a sua confecção, salvo em situações específicas.
Sempre digo que a melhor escolha é a prevenção, por isto, é tão importante a avaliação com Coloproctologista após os 45 anos de idade (pessoas com familiares portadores de câncer apresentam um protocolo de investigação específico), mesmo que não tenha sinais e sintomas…afinal de contas, a vida é uma só e temos que cuidar muito bem dela!