As Doenças Inflamatórias Intestinais (DII), como a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa, são condições crônicas que provocam inflamação persistente na mucosa intestinal.
Nos últimos anos, diversos estudos confirmaram a associação entre essas doenças e um risco maior de desenvolver câncer colorretal.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), este é o segundo tipo de câncer mais frequente no Brasil, tanto em homens quanto em mulheres, e está entre as principais causas de morte por câncer no mundo.
Por isso, compreender essa relação é fundamental para pacientes, médicos e familiares. Continue a leitura!
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Como as Doenças Inflamatórias Intestinais afetam o intestino
As DII se caracterizam por inflamações recorrentes e, muitas vezes, de longa duração.
- Na doença de Crohn, a inflamação pode atingir todo o trato gastrointestinal, da boca ao ânus, e comprometer todas as camadas da parede intestinal.
- Já a retocolite ulcerativa costuma afetar o reto e o cólon, causando inflamações contínuas na camada mais interna do intestino.
Essa inflamação persistente danifica a mucosa, provocando lesões, úlceras e alterações celulares que podem se transformar em displasias e, ao longo do tempo, em câncer colorretal.
Por que o risco de câncer aumenta?
A inflamação crônica gera um ambiente propício para mutações genéticas e alterações celulares.
Além disso, fatores como histórico familiar, tempo de evolução da doença (geralmente acima de 8 a 10 anos) e extensão da área inflamada elevam ainda mais o risco.
Pacientes com doença extensa do cólon ou episódios frequentes de inflamação têm risco aumentado.
O mesmo ocorre em casos onde já foi detectada displasia em exames anteriores.
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A importância da colonoscopia de vigilância
A colonoscopia é o exame mais importante na prevenção do câncer colorretal em pacientes com DII.
Ela permite visualizar diretamente a mucosa intestinal, identificar alterações suspeitas e realizar biópsias.
Em alguns casos, pólipos podem ser retirados durante o próprio exame. As principais recomendações incluem:
- Iniciar a colonoscopia de vigilância após 8 anos de doença em casos de retocolite extensa ou Crohn.
- Realizar o exame a cada 1 a 2 anos, dependendo do grau de inflamação e histórico de displasia.
- Ajustar a frequência caso haja fatores de risco adicionais, como histórico familiar de câncer colorretal.
Essa vigilância regular é o que possibilita detectar precocemente alterações, antes que evoluam para câncer.
Tratamento das Doenças Inflamatórias Intestinais
O tratamento adequado das DII reduz não apenas os sintomas, mas também o risco de câncer colorretal. Entre as opções estão:
- Medicamentos imunossupressores e biológicos, que controlam a inflamação e evitam danos contínuos à mucosa.
- Mudanças no estilo de vida, evitar o tabagismo, manter dieta equilibrada e controlar o estresse, que influenciam na evolução da doença.
- Cirurgia intestinal, indicada em casos graves ou refratários, quando há complicações ou quando a inflamação já comprometeu extensas áreas do intestino.
Quando bem controlada, a doença reduz significativamente as chances de evolução para câncer.
Qualidade de vida e acompanhamento individualizado
Viver com uma Doença Inflamatória Intestinal exige disciplina, consultas regulares e adesão ao tratamento.
O acompanhamento deve ser individualizado, considerando a gravidade da inflamação, o histórico familiar e os fatores de risco de cada paciente.
Um aspecto essencial é que o acompanhamento vai muito além de tratar sintomas imediatos.
O foco também é preservar a qualidade de vida a longo prazo, prevenir complicações e oferecer segurança para o paciente enfrentar o futuro com confiança.
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Conclusão
As Doenças Inflamatórias Intestinais aumentam o risco de Câncer Colorretal, principalmente quando a inflamação não é controlada ao longo dos anos.
Mas esse risco pode ser reduzido com acompanhamento médico especializado, colonoscopias periódicas e controle adequado da doença.
O diagnóstico precoce é sempre a chave: quanto antes uma alteração é detectada, maiores as chances de tratamento bem-sucedido e menor o impacto na vida do paciente.
Cuidar da inflamação intestinal não é apenas aliviar sintomas, é também prevenir complicações graves e preservar a saúde do intestino no futuro. Saiba mais!
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Dr. Alexandre Nishimura
Coloproctologia | Cirurgia Robótica | Videolaparoscopia | CRM-SP 123.875 | RQE 33.011 – RQE 70.525
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