A saúde do trato digestivo é fundamental para o bem-estar geral de uma pessoa. Uma variedade de doenças pode afetá-lo – e uma das condições que gera preocupação é a fístula anal. Você já se perguntou se uma fístula anal pode virar câncer?
Neste artigo, exploro esse tópico crucial, abordando o que é uma fístula anal, quais são os sinais de alerta e os tratamentos disponíveis, bem como a relação entre fístulas anais e o câncer anal.
O que é fístula anal?
A fístula anal é uma condição médica que envolve a formação de uma passagem anormal entre o reto ou o canal anal e a pele ao redor do ânus. Ela geralmente é uma consequência de um abscesso anal, segundo a teoria de que seja uma doença cripto-glandular (teoria de Eisenhammer, 1956), em mais de 90% dos casos.
Um abscesso anal é uma coleção dolorosa de pus perto do ânus – quando esse abscesso não é drenado ou tratado, ele pode evoluir para uma fístula anal. O abscesso e a fístula estão frequentemente interconectados, com a fístula servindo como um canal que drena o pus do abscesso.
Com isso dito, as fístulas anais podem variar em complexidade e localização, podendo ocorrer por conta de várias outras causas – como doença de Crohn, infecções e lesões no ânus – ou, por outro lado, não possuir uma causa aparente. A principal característica típica de uma fístula anal é a formação de um túnel anormal que liga o ânus a outra área próxima da pele.
A fístula anal pode virar câncer?
A relação entre fístula anal e câncer é controversa. Embora qualquer ferida crônica possa, teoricamente, gerar neoplasia se não tratada, essa associação é rara. Geralmente, o câncer causa a fístula – e não o contrário.
O câncer anal relacionado à fístula é atribuído à evolução crônica não tratada por um longo período somada a hábitos prejudiciais, como tabagismo, sedentarismo e dieta inadequada, que aumentam o risco. Infecções recorrentes na região também contribuem.
Sendo assim, o tratamento precoce da fístula é crucial para prevenir complicações futuras, incluindo o câncer. Fístulas de longa duração, especialmente em pacientes com doença de Crohn, apresentam um pequeno risco de câncer anal. Sintomas de alerta para o câncer anal incluem alterações intestinais, sangramento, caroços, dor e inchaço, devendo ser avaliados por um coloproctologista. O diagnóstico precoce melhora as chances de cura.
Leia também: Fístula anal X abscesso anal: o que os diferencia?
Quais são os sinais de alerta para a fístula anal?
As fístulas anais podem causar desconforto significativo e levar a complicações mais sérias se não forem tratadas. Portanto, é vital reconhecer os sinais de alerta que indicam a presença de uma fístula anal.
Entre os diversos sintomas da condição, a dor na região anal é comum, podendo ser persistente ou recorrente. Além da dor, a fístula anal pode causar sangramento durante ou após a evacuação, podendo ser identificado nas fezes ou no papel higiênico.
Outro sintoma característico é a drenagem de pus ou muco através de orifício fistuloso externo próximo ao ânus, que pode ser recorrente e acompanhada de odor desagradável. Além disso, algumas pessoas relatam coceira persistente ou inchaço na região anal, enquanto uma fístula que leva a uma infecção grave pode resultar em febre, calafrios e mal-estar geral.
Portanto, é fundamental estar atento a esses sinais – buscando avaliação médica adequada caso algum desses sintomas apareça e mantendo-se sempre alerta para a saúde do seu corpo.
Quais são os tratamentos ideais para a fístula anal?
O tratamento da fístula anal varia dependendo da complexidade e localização da condição. Alguns dos métodos de tratamento comuns incluem:
- Drenagem de abscesso: se a fístula anal for acompanhada de um abscesso, o primeiro passo deve ser a drenagem do abscesso para aliviar a dor e reduzir a infecção.
- Cirurgia de fístula anal: em muitos casos, a cirurgia é necessária para tratar a fístula anal. Existem várias técnicas cirúrgicas disponíveis, incluindo a fistulotomia (abertura da fístula) e a colocação de um seton (um fio cirúrgico) para facilitar a drenagem. Entretanto, na última década novas abordagens foram desenvolvidas utilizando tecnologias modernas, surgindo as técnicas cirúrgicas minimamente invasivas (V.A.A.F.T., Laser de diodo – FiLaser e Cirurgia regenerativa). Quer saber mais sobre estes procedimentos que realizo no Brasil, clique no link para leitura: Tratamento minimamente invasivo para fístula anal
- Medicação: em alguns casos, especialmente quando a fístula está relacionada a condições como a doença de Crohn, medicações podem ser prescritas para controlar a inflamação e a doença de base. Além disso, em casos em que ocorram abscessos associados deve ser iniciado um tratamento com antibióticos adequados.
- Tratamento de condições subjacentes: se a fístula anal estiver relacionada a uma condição subjacente, como a doença de Crohn, o tratamento dessa condição é fundamental, como dito anteriormente.
É sempre importante que um médico especializado, como um coloproctologista, avalie a fístula anal e recomende o tratamento apropriado para o seu caso. O tratamento oportuno ajuda a prevenir complicações e aliviar os sintomas associados à fístula.
A melhora da fístula anal depende de tratamento adequado
Em conclusão, a relação entre fístula anal e câncer é um tópico controverso na área médica. Embora qualquer ferida crônica possa teoricamente evoluir para neoplasia se não for tratada, a transformação de uma fístula anal em câncer é rara. Ainda assim, essa possibilidade não pode ser descartada no diagnóstico médico.
O diagnóstico e tratamento precoces da fístula anal são fundamentais para prevenir complicações, incluindo o câncer. Sintomas de alerta como dor, sangramento, pus, coceira e inchaço devem ser prontamente avaliados por um médico especializado.
Em última análise, a conscientização sobre os sintomas, a busca por assistência médica e o tratamento adequado são os melhores aliados na gestão dessa condição de saúde. Se você identificou algum dos sintomas citados neste artigo em sua vida, não hesite em marcar uma consulta comigo, Dr. Nishimura, ainda hoje!
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